22.6.07

nostalgia

o novo blog é:

http://bamboeso.blogspot.com

aqui, vai ser só nostalgia.
e o que ainda me restar de poesia...
vai estar por aí.

4.3.07

já não sei o que me resta:
me disfarço de equilibrista
me refaço entre peso e leveza.


o amor que recebo,
envergonhado de ser amor,
se esconde calado nas entrelinhas.
eu grito em lágrimas
o que me sobra:
palavras vazias.

27.2.07

seria amor... ou só tesão?



naquela manhã, levantou da cama ainda com dores da noite passada.
eram dores que adorava: faziam se lembrar das suas mãos fortes,
desesperadas por prazer, jogando-a sobre o edredon que não era mais seu.

acendeu um cigarro e foi checar os emails.
acabou clicando num link sobre Astrologia.
foi ler o que esse tal "Horóscopo Diário" dizia sobre seu signo de ar.
veio a calhar: "seria amor... ou só tesão?"
depois da noite anterior, sabia que não era
tesão.
era sim... tesão. muito. incontrolável.
mas, sabia que se fosse
isso... não se importaria.
e não se importava. que fosse tesão ou amor.
apenas era.

pensou que quem não conseguia distinguir tesão de amor era a dona do edredon.
ele diz que quer comê-la 24 horas por dia...
e ela logo pensa que isso é amor.

ele?
ele não misturava as coisas.
nem distinguia.
mergulhava nos dois: tesão e amor.
por vezes, morria afogado.
mas, quase sempre, apenas flutuava.

seu signo também era de ar.

23.2.07

mas, pra fazer um samba com beleza,

é preciso um bocado de tristeza.

12.2.07

é como o samba...

agoniza, mas não morre.



[perde espaço na mídia,
mas tem seu lugar garantido no fundo do quintal]

7.2.07

quero um romance falso.
quero uma balada dor-de-cotovelo.
quero lágrimas, mágoas.
vingança e tragédia.

quero promessas da sua boca
[confusa]
quero o sangue
da sua insistência estilhaçada.

quero seu rastejo.
seu lampejo.

quero seu arrependimento
todo esfolado pelos becos
sujos e fétidos
arrastado até chegar à mim.

verdade.
quero sua mentira.
desiludida.

[palavras confusas em 08/01/07]

4.2.07

de repente, uma sensação estranha e calma de entendimento.
de entender que as coisas são assim mesmo.
as pessoas, assim mesmo.
entender que não dá pra entender e tá tudo bem.

e um sorriso triste e bonito no meu rosto:
em paz com a minha solidão.

31.1.07

os graves da fiona

mais um link: http://youtube.com/watch?v=fHOdqthhC6M

é a senhorita Fiona Apple cantando uma das minhas preferidas: Shadowboxer.
o vídeo começa com uma entrevista, que termina por volta de 3:13, depois vem a música.
reparem nas caras e bocas.
reparem na letra...

sempre no repeat.

poesia e nostalgia

ontem eu tava dando uma olhada numa das melhores comunidades do Orkut da qual eu participo: a Jucunditas.
é uma sintonia incrível.
você escreve um poema e alguém vem e responde como se estivesse conversando com você.
nem sempre vocês falam da mesma coisa. e dificilmente, sob o mesmo ponto de vista.

whatever.

encontrei dois poemas meus que gosto muito lá.
respondidos com uma classe que adoro.

aviso

e

trepada trivial

acho que já postei os dois aqui também.
mas, os poemas-respostas das pessoas da Jucunditas valem muito a pena. :)

[antiguidades... esses poemas são do final de 2005 e início de 2006]

24.1.07

para amargaju

se me ama,
por quê não se concentra?


se não me ama mais,
por quê não se concentra?

tire os olhos das minhas pernas.
não me beije assim,
tão perto da boca.
não deslize a mão pela minha cintura.
não se perca nas minhas ancas,
que já encontrou o seu amor.

confesse
é, no mínimo, desejo.
tesão de desamor.

se não me ama mais,
por quê não se concentra?

12.1.07

every day
every hour
just wish that i
was bulletproof

10.1.07

meu café amargo
foi forte demais
pro teu chocolate
adocicado.
tuas palavras vazias
já não me devoram mais.
mas, teu corpo
ainda.
é áspera de lembranças
a pele de Elisa.
lisa e macia
de solidão.

28.12.06

cascos e carícias

por que recusas amor e permanência?

[hilda hilst]
e no vidro
o reflexo borrado
do que era nós dois.

as palavras
as melodias
as risadas

tudo agora,
dela.

e meu ainda.
que me apodrece
o peito.
de lembranças.

10.12.06

sobre as cartas que não mando

querido destinatário,

é tanto que me apetece
que já não cabe por cá,
dentro de mim.
desisti de escrever sentimentos.
só o faço agora
pra te comunicar isso.
não se preocupe não,
meu amado destinatário...
minhas palavras não vão mais
te causar confusão.
vou engolir minhas palavras
e parir minha dor.
sozinha.
porque não haverá médico
para fazê-lo.
muito menos, parteira.

e nem você para segurar a minha mão.

7.12.06

trilogia amorosa

à la Los Hermanos

tudo começa na fila do pão.
entre sufocos e sossegos, muitos clichês.
até porque...
ninguém procurava, mas, agora,
todo mundo sabe que encontrou.
e o que parecia ser seu último romance,
a fé e coragem no amor
foram-se com o tempo.
e o vento.

agora, implora por paz.
porque entre os desencontros e cicatrizes,
só o cansaço.
os olhos já não conseguem mais fingir.
e a dor,
logo sangra.
quer outro par.
pra variar...

mas, não demora,
e o acaso vem.
e o tempo
e o vento
entregam o amor.
eu vi.
prefiro nem saber...
até o próximo instante,
espero você voltar.

3.12.06

watch

are you the favorite person of anybody?

http://www.youtube.com/watch?v=asyWVtoCjNM

30.11.06

there is no greater gold - isobel campbell

Love used to be a stranger to me
Love was so disappointing

Love, there is nothing better than this
Love, think of all the chances we miss

Love, I don't think I'll see you again

It was meant this way

27.11.06

contradição:

o que há de Diego Rivera
nesses homens
é o que me encanta.

e também o que me cansa.
e brocha.
entre o verde esperança
e o roxo liberdade,
fico com meu amor [pra mim]
ela finge simpatia
e eu transpareço
acidez.

você, desconcerta.
cansei de tentar
te decifrar.

devora-me.

24.11.06

do buteco

não espere nada de inédito vindo de um poeta.

21.11.06

relembrando

Stela olhava pra dentro de si e sentia falta de tudo.
Relia as palavras impressas na sua pele com tanta nostalgia...
As palavras rabiscadas. Desenhadas. Apagadas, a qualquer preço.

Queria de volta as palavras que o mundo havia roubado dela.
Porque só sobrava o silêncio. Por que?
A falta de palavras agredia Stela.
Até os ossos.
Até que o sangue se misturasse com as lágrimas num só tom de blue.

14.11.06

previsibilidades II

na tarde em que ela passou pela minha janela,
eu soube.

transparecia a tranquilidade de alguém prestes a ser fisgada.
pobre coitada.
nem imaginava o sorriso que lhe aguardava.
aquelas palavras ensurdecedoras.
a poesia pelos poros.
o desejo nas salivas.

pela minha janela,
já podia ouvir os cacos
caindo pelo chão.

um coração seria partido.

previsibilidades

ele nunca tinha reparado que todas as suas ex,
hoje, estavam com mulheres.
todas elas, saíram dele, e partiram para outra.
literalmente.

e ele, que antes até trepava em lugares públicos,
agora,
batia punheta toda manhã pensando numa só mulher:
a garota dos seus sonhos.
aquela com quem ele nunca tinha trepado.

e ela só pensava que ele era daqueles caras que devia trepar calado.
porque nada do que falava lhe atraía.
sabia que quando fossem transar pela primeira vez,
ela falaria que tinha fetiche com mudos.
"transa caladinho, transa?"

13.11.06

you're so tall
it's like i climb a waterfall

4.11.06

rodoviária

o grupo de cinco meninos cheirando cola.
o casal que ri do mendigo dançando.
o velho que procura migalhas de comida no chão.
a grávida que cata latinhas na lixeira.
o tarado que se masturba discretamente no banco ao lado.
a garotinha que vende adesivos.
a mulher com o bebê que pede qualquer moedinha.
o anão com gel no cabelo que pede todas em namoro.
a puta vindo da noite anterior fuma um cigarro.
o gay que passa causa gargalhadas.
o Adidas, o dvd, o relógio e a tatuagem falsa.
o celular, parcelado.
as contas, atrasadas.
os sonhos, esquecidos.

os motoristas e cobradores, negros.